Canção Democracia

Clique aqui para assistir um pré-ensaio. Voz e o violão da canção "Democracia"

Mamae onde está papai?

Onde andará aquele velho e bom tirano?

Mamae onde está papai?

Onde andará aquele intrépido cigano?

Que vinha sempre e me dizia vira homem ou o mundo te pega

Isso aqui não são os contos do principe a cavalo

Nem da dama, pura donzela que acorda com um beijo

Isso é real

Mamae, onde está papai??

Mamae onde está papai?

Onde estará aquele monge franciscano?

Mamae onde está papai?

Onde estará aquele virgem puritano?

Que todas as vezes que queria eu ser livre ele sufocava

Isso aqui não são os dias de honra dos homens

Nem são dias vividos de fato

Isso é “surreal”, feral

Mamae, onde está papai??

Mamãe, onde está papai?

Será, vai voltar aquele sonho doidivano?

Mamãe, onde está papai?

Posso sonhar em ser apenas “ser humano”?

Eu sei, dificil é definir cidadania, mas, a gente tenta

Veja bem não é o certo ou errado que conta

Nem ganhar ou perder tudo por uma idéia

Mas, realizar, atuar

Livre

Mamãe, onde está papai?

Análise de obra

A canção “Democracia” é um manifesto do autor sobre um assunto muito discutido, porém, pouco validado de fato.

O mesmo, traz as refências em primeira instância de um filho indagando pela mãe pela ausência do pai. Todavia, se analizarmos o título da canção podemos atentar melhor cuidados.

As últimas linhas da magna canção do Brasil diz: “Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil” Assim sendo, a mãe ao qual refere-se a canção é o Brasil, o Estado-brasileiro. Os filhos somos nós enquanto povo, “cidadão” e o pai é a tão sonhada democracia.

O uso do inversão dos gêneros (masculino e femino) é usado propositalmente visando levar o leitor a raciocinar sobre o tema. Ex: Mamãe, feminino, fazendo referência a Brasil, masculino. Papai, masculino, fazendo referência a democracia, feminino.

A primeira parte da canção:

Mamae onde está papai?

Onde andará aquele velho e bom tirano?

Velho e bom tirano – Refere-se a idade da democracia advinda desde a Antiguidade Clássica no apogeu de Atenas.

Mamae onde está papai?

Onde andará aquele intrépido cigano?

Intrépido cigano – Usado para gerar mobilidade textual, ou seja, democracia ousada e que não para, sempre em movimento.

Que vinha sempre e me dizia vira homem ou o mundo te pega

Isso aqui não são os contos do principe a cavalo

Nem da dama, pura donzela que acorda com um beijo

Isso é real

Eis aqui uma parte contraditória no tocante ideal democrático. Apesar de não propiciar os meios adequados para uma cidadania plena. Os tutores do poder pregam demagogicamente seu papel no mundo. Usam o povo como massa de manobra com discursos eloquentes e promessas sádicas.

Mamae, onde está papai??

É o mesmo que: Brasil onde está tua democracia?

A segunda parte:

Monge franciscano / virgem puritano /

Usado para designar as roupagens da politicagem. Apresentação ao povo para conseguir votos.

Que todas as vezes que queria eu ser livre ele sufocava

Nota-se aqui o papel do Estado como regulador da “ordem”, do tão idealizado positivismo. Só a ordem garante o progresso. Todavia, tudo que é visto como estorvo aos interresses da nação é perturbador da ordem. Assim a repressão vem sufocando todas as liberdades.

Isso aqui não são os dias de honra dos homens

Nem são dias vivíidos de fato

Isso é “surreal”, feral

Desabafo do autor. Democracia apesar de real é surreal, pois, o capital manda. Feral quer dizer que é de morte, letal.

A terceira parte:

Mamãe, onde está papai?

Será, vai voltar aquele sonho doidivano?

Sonho doidivano – sonho louco, sonho de liberdade

Mamãe, onde está papai?

Posso sonhar em ser apenas “ser humano”?

Desejo do cidadão brasileiro. Será que posso existir, ser reconhecido?

Eu sei, dificil é definir cidadania, mas, a gente tenta

Veja bem não é o certo ou errado que conta

Nem ganhar ou perder tudo por uma idéia

Mas, realizar, atuar

Livre

Remete as escolhas populares. Não se trata de acertar ou errar no voto. Nem ganhar ou perder o mesmo. Mas, realizar as mudanças necessárias cobrando o poder público para assim ser livre, fazer valer o “igual poder”

Mamãe, onde está papai?

Brasil, onde está sua democracia?